terça-feira, 28 de junho de 2011

Igreja ou Circo?

Um vídeo que retrata a realidade de muitas igrejas da atualidade. Assista!




Para mostrar que há base para aquilo que estamos tratando nesse blog, confira a matéria:








Ao postar este texto não questiono pessoas, pois, muitos no vídeo conheço pessoalmente e as tenho em alta estima. Questiono comportamentos.

Vemos um avanço avassalador do mundanismo sobre a igreja. A igreja abraçou acriticamente o mundanismo como modus vivendi. O diabo seduziu um grande percentual de cristãos a aceitar os padrões do mundo como referência para a igreja. Charles Haddon Spurgeon, pregador batista do século XIX disse: "A igreja abandonou a pregação ousada; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões". A tentativa de tornar o culto mais atrativo para os não convertidos tem jogado a igreja na sarjeta e a tem descaracterizado. Nunca se soube de um profeta que tenha utilizados desses meios para atrair multidões. João Batista, a voz que clamava no deserto, tinha uma rara capacidade desconhecida pela maioria dos pregadores e cristãos, ele conseguia encher um deserto e esvaziar uma cidade com uma mensagem cujo cerne era "arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus". A igreja historicamente não se deu ao luxo de divertir seus ouvintes, antes os confrontavam com uma mensagem que os tirava de seus sonos letárgicos. Agora esta igreja tentar aplacar as consciências transformando-se em circo e fazendo de seus altares picadeiros. O que vemos neste vídeo nada mais é do que o total fracasso de um sistema falido, onde Deus é totalmente desprezado e vituperado. Não questiono intenções, que por sinal devem ter sido boas, mas questiono o modo grotesco e inútil de tentar tornar a mensagem do Evangelho de Cristo mais aceitável para esta geração, como se esta geração não precisasse de se arrepender e confessar a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.

A igreja que deveria ser a voz profética desta geração, sacrifica esse chamado no picadeiro da idiotice. Nenhum profeta sofreu por entreter o povo, mas por apontar e colocar o dedo nas feridas morais e espirituais de seus tempos. Foram serrados ao meio por trazerem uma mensagem que triturava o status quoo de suas gerações. Lançavam no desconforto emocional e espiritual aqueles que estavam confortáveis e confortavam os que estavam angustiados. Não vejo no espectro da fama dos cantores gospel um rol de mártires. Nada mais traz vergonha para o nome de Cristo do que essa banalização do sagrado. Prover distração é algo antagônico ao Evangelho e ao chamado de Cristo para a igreja. Tornar o culto mais agradável para atrair pessoas injetando no mesmo princípios mundanos não trará salvação e libertação para ninguém. Tentar atrair pessoas para Cristo de qualquer jeito é desconhecer por completo o que é Evangelho. Deus sempre trabalhou e trabalha com padrões e o seu padrão é: "Retirai-vos dela povo meu". Não passa pela minha cabeça o apóstolo Paulo, Agostinho, Tertuliano, Orígenes, Lutero, Calvino, M. L. Jones, J. Pipper, Enéas Tognini, Rosivaldo Araújo, Ashbel Green Simonton e outros permitindo o mundo entrar pela porta da frente da igreja transformando-a em circo e seu altar em picadeiro. Para mim, isso é oferecer fogo estranho no altar do Senhor.

A igreja primitiva por pregar a Cristo e este crucificado não tinha tempo para entreter o povo. Os primeiros cristãos saíram espalhando as boas novas de salvação em meio a uma terrível perseguição. Não havia tempo para circo. Não havia espaço para o picadeiro. Eles tinham uma mensagem candente da parte de Deus para uma sociedade que caminhava para o inferno a passos largos. A igreja, em nossos dias, se alinhou com o mundo e aceitou os conselhos de Balaão nos quais os filhos de Israel se corromperam casando-se com as filhas dos moabitas. Balaão não conseguiu amaldiçoar o povo de Deus, então o fez corromper com a prostituição. O que vemos neste vídeo é corrupção do culto a Deus e consequentemente prostituição espiritual.

Fico a me perguntar: Quais os benefícios advindos de práticas como estas? No final todos perdem. Os novos convertidos perdem por aprenderem que entrar na presença de Deus pode ser feito de qualquer maneira. Os novos convertidos são infantilizados e idiotizados. O mundo encontra motivos para rir de Deus e sua igreja. Os zombadores se acham em casa nestes momentos. O aflito que entrou para encontrar uma palavra de conforto foi apresentado a um outro evangelho que não o de Cristo. Quem veio buscar alimento para sua alma sai destas reuniões anêmicos. O espelho da Palavra é trincado nestes cultos e ninguém pode se ver à luz da Palavra.
Realmente entreter as multidões não traz nenhum benefício.

Sei que atrairei o desprezo, a ira e manifestações de muitos. Mas quem poderia ser o exemplo e apontar o caminho se encontra perdido.

A grande necessidade da igreja nestes dias é a de um púlpito forte com mensagens bíblicas que provoquem quebrantamento, confissão de pecados e devoção ao nosso Deus. Isso abrirá as portas para um aviamento que mudará a vida da igreja e do país. Por não termos Palavra de Deus proferida por lábios e corações incendiados pelo Espírito Santo, apelamos para o mundo como meio de aplacar nossos clamores interiores. Davi expressou de modo excelente a necessidade da igreja moderna quando disse: "A minha alma tem sede do Deus vivo".

Precisamos olhar para o nosso farol, Cristo. Somente Ele pode nos mostrar os perigos que nos cercam e apontar a melhor rota para as embarcações de nossas vidas.

Soli Deo Gloria


Fonte: ministerioforcaparaviver.blogspot.com/



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Por Que o Mundo Não O Pode Receber? - A.W. Tozer


"O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber."
João 14:17

A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre a igreja e o mundo. Não é mais do que um lugar comum religioso dizer que o problema conosco hoje é que procuramos construir uma ponte sobre o abismo que há entre duas coisas opostas, o mundo e a igreja, e realizamos um casamento ilícito para o qual não há autorização bíblica. Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor.
A obscuridade em que muitos (ou deveríamos dizer a maioria dos?) crentes andam hoje não é causada por falta de clareza da parte da Bíblia. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo. A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor. O cristianismo está tão emaranhado no mundo que milhões nunca percebem quão radicalmente abandonaram o padrão do Novo Testamento. A transigência está por toda parte. O mundo está suficientemente caiado, encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo. Mediante mútuas concessões, homens que a si mesmos se denominam cristãos manobram para ficar bem com homens que para as coisas de Deus nada têm, senão mudo desprezo.

Toda esta questão é espiritual, em sua essência. O cristão não é o que é por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento. É cristão por causa de um Espírito que nele habita. Só o que é nascido do Espírito é espírito. A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem. A confirmação, o batismo, a santa comunhão, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. "E, porque vós sois filhos", escreveu Paulo aos gálatas, "enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.". E aos Coríntios, ele escreveu: "Examinai-vos a vós mesmos, se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". E aos romanos: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".

A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. Pois o nosso Senhor foi muito claro em Seu ensino sobre o cristão e o mundo.
Numa ocasião, depois de receber não solicitado e carnal conselho de irmãos sinceros, mas não esclarecidos, o nosso Senhor respondeu: "O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente. Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más". Ele identificou os Seus irmãos na carne com o mundo e disse que Ele e eles eram de dois espíritos diferentes. O mundo O odiava, mas não podia odiá-los porque não podia odiar-se a si próprio. Uma casa dividida contra si mesma não subsiste. A casa de Adão tem que permanecer leal a si própria, ou se romperá. Conquanto os filhos da carne possam brigar entre si, no fundo estão unidos uns aos outros. É quando o Espírito de Deus entra, que entra um elemento estrangeiro. "Se o mundo vos odeia", disse o Senhor aos Seus discípulos, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.". Paulo explicou aos gálatas a diferença entre o filho escravo e o livre: "Como, porém outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora" (Gálatas 4:29).
Assim, através do Novo Testamento inteiro, é traçada uma aguda linha entre a igreja e o mundo. Não há meio termo. O Senhor não reconhece nenhum bonzinho "concordar para discordar" para que os seguidores do Cordeiro adotem os procedimentos do mundo e andem pelo caminho do mundo. O abismo que há entre o cristão e o mundo é tão grande como o que separou o rico de Lázaro. E, além disso, é o mesmo abismo, isto é, é o abismo que separa o mundo, dos resgatados do mundo; o mundo, dos que continuam caídos.

Bem sei, e o sinto profundamente quão ofensivo esse ensino deve ser para aquele bando de mundanos que mói e remói o rebanho tradicional. Não posso alimentar a esperança de escapar da acusação de fanatismo e intolerância que, sem dúvida, lançarão contra mim os confusos religionistas que procuram fazer-se ovelhas por associação. Mas bem podemos encarar a dura verdade de que os homens não se tornam cristãos associando-se com gente de igreja, nem por contato religioso, nem por educação religiosa; tornam-se cristãos somente por uma invasão da sua natureza, invasão feita pelo Espírito de Deus por ocasião do novo nascimento. E quando se tornam cristãos assim, imediatamente passam a ser membros de uma nova geração, uma "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus ... que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia" (I Pedro 2:9,10).
Com os versículos citados, não houve desejo de os citar fora do contexto, nem de focalizar a atenção num lado da verdade para desviá-lo de outro. O ensino desta passagem forma completa unidade com toda a verdade do Novo Testamento. É como se tirássemos um copo de água do mar. O que tiraríamos não seria toda a água do oceano, mas seria uma amostra real e em perfeito acordo como o restante.

A dificuldade que nós cristãos contemporâneos enfrentamos não é a de entender mal a Bíblia, mas a de persuadir os nossos indóceis corações a aceitarem as suas claras instruções. O nosso problema é conseguir o consentimento das nossas mentes amantes do mundo para termos Jesus como Senhor de fato, bem como de palavra. Pois uma coisa é dizer, "Senhor, Senhor", e outra completamente diferente é obedecer aos mandamentos do Senhor. Podemos cantar, "Coroai-O Senhor de todos", e regozijar-nos com os agudos e sonoros tons do órgão e com a profunda melodia de vozes harmoniosas, mas ainda não teremos feito nada enquanto não abandonarmos o mundo e não voltarmos os nossos rostos na direção da cidade de Deus na dura realidade prática. Quando a fé se torna obediência, aí é de fato fé verdadeira.

O espírito do mundo é forte, e gruda em nós tão entranhadamente como cheiro de fumaça em nossa roupa. Ele pode mudar de rosto para adaptar-se a qualquer circunstância e assim enganar muito cristão simples, cujos sentidos não são exercitados para discernir o bem e o mal. Ele pode brincar de religião com todas as aparências de sinceridade. Ele pode ter acessos de sensibilidade de consciência, e até pode confessar os seus maus caminhos pela imprensa pública. Ele louvará a religião e bajulará a igreja por seus fins. ele contribuirá para as causas de caridade e promoverá campanha para distribuir roupas aos pobres. Basta que Cristo guarde distância e que nunca afirme o Seu senhorio sobre ele. Positivamente isso não durará. E para com o verdadeiro Espírito de Cristo, só mostrará antagonismo. A imprensa do mundo (que é seu real porta-voz) raramente dará tratamento justo a um filho de Deus. Se os fatos a compelem a uma reportagem favorável, o tom tende a ser condescendente e irônico. Ressoa nela a nota de desdém.

Tanto os filhos deste mundo como os filhos de Deus foram batizados num espírito, mas o espírito do mundo e o Espírito que habita nos corações dos homens nascidos duas vezes, acham-se tão distanciados um do outro com o céu do inferno. Não somente são o completo oposto um do outro, mas também estão em extremo combate um contra o outro, como também estão em agudo antagonismo um contra o outro. Para um filho da terra as coisas do Espírito são, ou ridículas, caso em que ele se diverte, ou sem sentido, caso em que ele se aborrece. "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente."

Na Primeira Epístola de João duas palavras são empregadas uma e outra vez, as palavras eles e vós, e elas designam dois mundos totalmente diversos; vós refere-se aos escolhidos, que deixaram tudo para seguir a Cristo. O apóstolo não se põe genuflexo, de joelhos, ante o deus de Tolerência (cujo culto se tornou na América uma espécie de religião de segunda capa); João é grosseiramente intolerante. Ele sabe que a tolerância pode ser simplesmente outro nome para a indiferença. Exige-se vigorosa fé para aceitar o ensino do experimentado João. É muito mais fácil apagar as linhas de separação e, assim, não ofender ninguém. Generalidades piedosas e o emprego de nós para significar tanto cristãos como descrentes, é muito mais seguro. A paternidade de Deus pode ser ampliada para incluir toda gente, desde Jack, o Estripador, até Daniel, o Profeta. Assim, ninguém fica ofendido e todos se sentem banhados e prontos para o céu. Mas o homem que se reclinara sobre o peito de Jesus não foi enganado assim tão facilmente. Ele traçou uma linha para dividir em dois campos a raça humana, para separar dos salvos os perdidos, dos que se afundarão no desespero final dos que subirão para a recompensa eterna. De um lado estão eles — aqueles que não conhecem a Deus; de outro, vós (ou, com uma mudança de pessoa, nós), e entre ambos está um abismo moral largo demais para qualquer homem atravessar.

Eis aqui o modo como João o declara: "Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro". Uma linguagem como esta é clara demais para confundir qualquer pessoa que honestamente queira conhecer a verdade. Nosso problema não é de entendimento, repito, mas de fé e obediência. A questão não é teológica: Que é que isto ensina? É moral: Estou disposto a aceitar isto e arcar com as conseqüências? Posso agüentar o olhar frio? Tenho coragem de enfrentar os acerbos ataques movidos pelos modernistas? Ouso provocar o ódio dos homens que se sentirão apontados por minha atitude? Tenho suficiente independência mental para desafiar as opiniões da religião popular e de acompanhar um apóstolo? Ou, em resumo, posso persuadir-me a tomar a cruz com o seu sangue e com o seu opróbrio?

O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou, mais importante, o que Deus quer dizer) com o mundo. É provável que o façamos significar alguma coisa externa apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Teatro, cartas, bebidas, jogos — estas coisas não são o mundo; são simples manifestações externas do mundo. A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja moralmente vil ou moralmente respeitável. Os antigos fariseus, a despeito da sua zelosa dedicação à religião, eram da própria essência do mundo. Os princípios espirituais sobre os quais eles contruíram o seu sistema foram retirados, não do alto, mas de baixo. Eles empregaram contra Jesus as táticas dos homens. Subornavam os homens para dizerem mentiras em defesa da verdade. Para defender Deus, agiam como demônios. Para proteger a Bíblia, desafiavam os ensinamentos da bíblia. Eles sabotavam a religião para salvá-la. Davam rédeas soltas ao ódio cego em nome da religião do amor. Vemos aí o mundo com todo o seu cruel desafio a Deus. Tão feroz foi esse espírito, que não descansou enquanto não levou à morte o próprio Filho de Deus. O espírito dos fariseus era ativa e maliciosamente hostil ao Espírito de Jesus, pois cada qual era uma espécie de destilação de ambos os respectivos mundos dos quais provinham.

Os mestres atuais que situam o Sermão do Monte nalguma outra dispensação que não esta e, assim, liberam a igreja do seu ensino, mal percebem o mal que fazem. Pois o Sermão do Monte dá em resumo as características do Reino dos homens regenerados. Os bem-aventurados pobres que choram seus pecados e têm sede de justiça são verdadeiros filhos do Reino. Com mansidão mostram misericórdia para com os seus inimigos; com sincera simplicidade contemplam a Deus; rodeados de perseguidores, abençoam, e não amaldiçoam. Com modéstia escondem as suas boas obras e com paciência aguardam a visível recompensa de Deus. Livremente renunciam aos seus bens terrenos, em vez de usar a violência para protegê-los. Eles acumulam os seus tesouros no céu. Evitam os elogios e esperam o dia da prestação final de contas para saber quem é maior no Reino do céu.

Se esta é uma visão bem precisa das coisas, que podemos dizer quando cristãos disputam entre si lugar e posição? Que podemos responder quando os vemos famintamente procurando homenagens e louvor? Como podemos desculpar a paixão por publicidade, tão claramente evidente entre os líderes cristãos? Que dizer da ambição política nos círculos cristãos? E das febris mãos estendidas para mais e maiores "oferendas de amor"? Que dizer do desavergonhado egoísmo entre os cristãos? Como explicar o grosseiro culto do homem que habitualmente infla um ou outro líder popular dando-lhe somas endinheiradas, beijo dado por aqueles que se propõe como fiéis pregadores do Evangelho?

Há só uma resposta a essas perguntas, é simplesmente que nessas manifestações vemos o mundo, e nada senão o mundo. Nehuma apaixonada declaração de "amor" às "almas" pode transformar o mal em bem. Estes são os mesmos pecados que crucificaram Jesus.
Também é verdade que as mais grosseiras manifestações da natureza humana decaída fazem parte do reino deste mundo. Diversões organizadas com ênfase em prazeres frívolos, os grandes impérios edificados em hábitos viciosos e inaturais, o irrestrito abuso dos apetites normais, o mundo artificial denominado "alta sociedade" - todas estas coisas são do mundo. Todas fazem parte daquilo de que a carne consiste, daquilo que se edifica sobre a carne e que há de perecer com a carne. E dessas coisas o cristão deve fugir. Todas essas coisas ele tem que pôr para trás e nelas não deve tomar parte. Contra elas deve pôr-se serena, mas firmemente, sem transigência e sem temor.

Portanto, que o mundo se apresente em seus aspectos mais feios, quer em suas formas mais sutis e refinadas, devemos reconhecê-lo pelo que ele é, e repudiá-lo categoricamente. Precisamos fazer isso, se é que desejamos andar com Deus em nossa geração como Enoque o fez na sua. Um rompimento puro e simples com o mundo é imperativo. "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). "Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (I João 2:15,16). Estas palavras de Deus não estão diante de nós para nossa consideração; estão aí para nossa obediência, e não temos direito de nos entitular-nos cristãos se não as seguimos.

Quanto a mim, temo qualquer tipo de movimento religioso entre os cristãos que não leve ao arrependimento, resultando numa aguda separação do crente e o mundo. Suspeito de todo e qualquer esforço de avivamento organizado, que seja forçado a reduzir os duros termos do Reino. Não importa quão atraente pareça o movimento, se não se baseia na retidão e não é cuidado com humildade, não é de Deus. Se explora a carne, é uma fraude religiosa e não deve receber apoio de nenhum cristão temente a Deus. Só é de Deus aquele que honra o Espírito e prospera às expensas do ego humano. "Como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor".

A.W.TOZER (1960)

Fonte: perolasdoevangelho.blogspot.com/

sábado, 11 de junho de 2011

Modismo Gospel

Desabafo de um professor de teologia sobre "levitas", "apóstolos" e outros modismos:

Sou um professor de Teologia em crise. Não com minha fé ou com minhas convicções,mas com a dificuldade que eu e outros colegas enfrentamos nos últimos anos diante dos novos seminaristas enviados para as faculdades de teologia evangélica. Tenho trabalhado como Professor em Seminários Evangélicos presbiterianos, batistas, da Assembléia de Deus e interdenominacionais desde 1991 e, tristemente, observo que nunca houve safras tão fracas de vocacionados como nos últimos três anos.
No início de meu ministério docente, recordo-me que os alunos chegavam aos seminários bastante preparados biblicamente, com uma visão teológica razoavelmente ampla, com conhecimentos mínimos de história do cristianismo e com uma sede intelectual muito grande por penetrar no fascinante mundo da teologia cristã. Ultimamente, porém, aqueles que se matriculam em Seminários refletem a pobreza e mediocridade teológica que tomaram conta de nossas igrejas evangélicas. 
Sempre pergunto aos calouros a respeito de suas convicções em relação ao chamado e à vocação. Pois outro dia, um calouro saiu-se com a brilhante resposta: "não passei em nenhum vestibular e comecei a sentir que Deus impedira meu acesso à universidade a fim de que eu me dedicasse ao ministério". Trata-se do mais típico caso de "certeza da vocação" adquirida na ignorância.
E, invariavelmente, esses são os alunos que mais transpiram preguiça intelectual.
A grande maioria dos novos vocacionados chega aos Seminários influenciada pelos modismos que grassam no mundo evangélico. Alguns se autodenominam "levitas". Outros, dizem que estão ali porque são vocacionados a serem "apóstolos".

Ultimamente qualquer pessoa que canta ou toca algum instrumento na igreja, se auto-denomina "levita". Tento fazê-los compreender que os levitas, na antiga aliança, não apenas cantavam e tocavam instrumentos no Templo, como também cuidavam da higiene e limpeza do altar dos sacrifícios (afinal, muito sangue era derramado várias vezes por dia), além de constituírem até mesmo uma espécie de "força policial" para manter a ordem nas celebrações. Porém, hoje em dia, para os "novos levitas" basta saber tocar três acordes e fazer algumas coreografias aeróbicas durante o louvor para se sentirem com autoridade até mesmo para mudar a ordem dos cultos.
Outros há, que se auto-intitulam "apóstolos". Dentro de alguns dias teremos também "anjos", "arcanjos", "querubins" e "serafins". No dia em que inventarem o ministério de "semi-deus" já não precisaremos mais sequer da Bíblia.
Nunca pensei que fosse escrever isso, pois as pessoas que me conhecem geralmente me chamam de "progressista". Entretanto, ultimamente, ando é muito conservador. Na verdade, "saudosista" ou "nostálgico" seriam expressões melhores.

Tenho saudades de um tempo em que havia um encadeamento lógico nos cultos evangélicos, em que os cânticos e hinos estavam distribuídos equilibradamente na ordem do culto.
Atualmente os chamados "momentos de louvor" mais se assemelham a show ensurdecedores ou de um sentimentalismo meloso.
Pior: sobrepujam em tempo e importância a centralidade da Palavra e da Ceia nas Igrejas Protestantes. Muitas pessoas vão à Igreja muito mais por causa do "louvor" do que para ouvir a Palavra que regenera, orienta e exige de nós obediência. Dias atrás, na semana da Páscoa comentei com um grupo de alunos a respeito da liturgia das "sete palavras da cruz" que seria celebrada em minha Igreja na 6a feira da paixão. Alguns manifestaram desejo de participar. Eu os avisei então que se tratava de uma liturgia que dura, em média, uma hora e meia, durante a qual não é cantado nenhum hino (pelo menos na tradição de minha Igreja - Anglicana), mas onde lemos as Escrituras, oramos e meditamos nas sete palavras pronunciadas por Cristo durante a crucificação. Ao saberem disso, um deles disse: "se não houver música, não há culto".
Creio que, em parte, isso é reflexo da cultura pop, da influência da "Geração MTV", incapaz de perceber que Deus pode ser encontrado também na contemplação, meditação e no silêncio. Percebo também que alguns colegas pastores de outras igrejas freqüentemente manifestam a sensação de sentirem-se tolhidos e pressionados pelos diversos grupos de louvor. O mercado gospel cresceu muito em nosso país e, além de enriquecer os "artistas" e insuflar seus egos, passou a determinar até mesmo a "identidade" das igrejas evangélicas. Houve tempo em que um presbiteriano ou um batista sabiam dar razão de suas crenças.
Atualmente, tudo parece estar se diluindo numa massa disforme. Trata-se da "xuxização" ("todo mundo batendo palma agora... todo mundo tá feliz ? tá feliz!") do mundo evangélico, liderada pelos "levitas" que aprisionam ideologicamente os ministros da Palavra. O apóstolo Paulo dizia que a Palavra não está aprisionada. Mas, em nossos dias, os ministros da Palavra, estão - cativos da cultura gospel.

Tenho a impressão de que isso tudo é, em parte, reflexo de um antigo problema: o relacionamento do mundo evangélico com a cultura chamada "secular". Amedrontados com as muitas opções que o "mundo" oferece, os pais preferem ter os filhos constantemente sob a mira dos olhos aos domingos, ainda que isso implique em modificar a identidade das Igrejas. E os pastores, reféns que são dos dízimos de onde retiram seus salários, rendem-se às conveniências, no estilo dos sacerdotes do Antigo Testamento.

Um aluno disse-me que, no dia em que os evangélicos tomarem o poder no Brasil acabarão com o carnaval, as "folias de rei", os cinemas, bares, danceterias etc. Assusta-me o fato de que o desenvolvimento dessa sub-cultura "gospel" torne o mundo evangélico tão guetizado que, se um dia, realmente os evangélicos tomarem o poder na sociedade, venham a desenvolver uma espécie de "Talibã evangélico". Tal como as estátuas do Buda no Afeganistão, o "Cristo Redentor" estará com os dias contados.

Esses jovens que passam o dia ouvindo rádios gospel e lendo textos de duvidosa qualidade teológica, de repente vêm nos Seminários uma grande oportunidade de ascensão profissional e buscam em massa os seminários. Nunca houve tanta afluência de jovens nos seminários como nos últimos anos.
Em um seminário em que trabalhei (de outra denominação), os colegas diziam que a Igreja, em breve teria problemas, pois o crescimento da Igreja não era proporcional ao número de jovens que todos os anos saíam dos Seminários como bacharéis em teologia, aptos para o exercício do ministério.
A preocupação dos colegas era: onde colocar todos esses novos pastores?
Na minha ingenuidade, sugeri que seria uma grande oportunidade missionária: enviá-los para iniciarem novas comunidades em zonas rurais e na periferia das cidades. Foi então que um colega, bastante sábio, retrucou: "Eles não querem. Recusam-se! Querem as Igrejas grandes, já formadas e estabelecidas, sem problemas financeiros".
De fato, percebi que alguns realmente se mostravam decepcionados ao saberem que teriam que começar seu ministério em um lugar pequeno, numa comunidade pobre, fazendo cultos nos lares, cantando às vezes "à capella" e sem o apoio dos amplificadores e mesas-de-som.
Na maioria dos Seminários hoje, os alunos sabem o nome de todas as bandas gospel, mas não sabem quem foi Wesley, Lutero ou Calvino.

Talvez até já tenham ouvido falar desses nomes, mas são para eles, como que personagens de um passado sem-importância e sobre o qual não vale a pena ler ou estudar.
Talvez por isso eu e outros colegas professores nos sintamos hoje em dia como que "falando para as paredes". Nem dá gosto mais preparar uma aula decente, pois na maioria das vezes temos sempre que "voltar aos rudimentos da fé" e dar aos vocacionados o leite que não recebem nas Igrejas. Várias vezes me vi tendo que mudar o rumo das aulas preparadas para falar de assuntos que antes discutíamos nas Escolas Dominicais. Não sei se isso acontece em todos os Seminários, mas em muitos lugares, o conteúdo e a profundidade dos temas discutidos pouco difere das aulas que ministrávamos na Escola Dominical para neófitos.
Sei que muitos que lerem esse desabafo, não concordarão em nada com o que eu disse. Mas não é a esses que me dirijo, e sim aos saudosistas como eu, nostálgicos de um tempo em que o cristianismo evangélico no Brasil era realmente referencial de uma religiosidade saudável, equilibrada e madura e em que a Palavra lida e proclamada valia muito mais que o último CD da moda.

De Londrina e Coordenador do Centro de Estudos Anglicanos (CEA).

Carlos Eduardo Calvani



Fonte: http://perolasdoevangelho.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

HOJE - 08.06.2011 - 100 ANOS DO PRIMEIRO BATISMO COM O ESPIRITO SANTO NO BRASIL


À uma hora da manhã do dia 8 de junho de 1911, em sua residência na Rua Siqueira Mendes, 79 (atual 161), em Belém - (PA), Celina Albuquerque foi a primeira pessoa, em solo brasileiro, a ser batizada com o Espírito Santo. Estava confirmada a verdade pregada pelos missionários, que anunciavam um novo batismo.

Logo ao amanhecer, a irmã Nazaré apressou-se a ir à casa de José Batista de Carvalho, na av. São Jerônimo, 224, levando consigo a boa nova de que a irmã Celina recebera a promessa conforme a Palavra de Deus. Na casa de José Batista estavam reunidas várias pessoas, entre elas Manoel Maria Rodrigues, diácono da Igreja Batista. Ele declarou mais tarde: “Foi nesse momento que ouvi falar e cri no batismo com o Espírito Santo”.

Maria de Nazaré, no dia seguinte, teve a mesma experiência: era batizada com o Espírito Santo.

Imediatamente, todos os membros da igreja tiveram conhecimento do fato e algumas pessoas resolveram ir à casa de Celina, a fim de averiguarem pessoalmente o que estava acontecendo. Entre os interessados estavam os irmãos José Plácido da Costa, diácono e superintendente da Escola Dominical; Antônio Marcondes Garcia e esposa; Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre, seminaristas.

Os dois missionários não silenciaram, continuando a pregar a Palavra de Deus. Realizavam reuniões de oração onde moravam, local agora muito visitado pelos membros da igreja. O clima naquela pequena comunidade evangélica era de tensão. Formaram-se dois grupos: o daqueles que aceitavam a doutrina pregada pelos missionários e se mantinham firmes nas suas opiniões e o grupo daqueles que rejeitavam a doutrina do batismo com o Espírito Santo e não se conformavam com a presença dos missionários no seio da igreja.

Em que pese durante todo o mês de Junho as Assembleias de Deus no Brasil comemorarem o seu centenário de fundação, exatamente hoje, se comemora o fato que gerou a fundação da denominação, ou seja, a primeira experiência do batismo com o Espírito Santo, registrada pela história no Brasil. 


Fonte: pointrhema.blogspot.com/

Clássico da música evangélica: Anos 70

sábado, 4 de junho de 2011

Lição 10 - Assembleia de Deus 100 anos de pentecostes

Lição 10 - Assembleia de Deus 100 anos de pentecostes

Leia abaixo subsídio preparado pela equipe de educação da CPAD. Trata-se do depoimento de Gunnar Vingren, o sueco que fundou a Igreja Assembleia de Deus no Brasil.


A CHAMADA PARA O BRASIL, por Gunnar Vingren

Em um determinado dia Deus colocou no meu coração que deveríamos nos reunir num sábado à noite, para orar na casa de um irmão da igreja que tinha sido batizado com o Espírito Santo. Enquanto orávamos, o Espírito do Senhor veio de maneira poderosa sobre nós. Houve vários comentários sobre aquela reunião, e várias pessoas passaram a se reunir ali conosco durante diversos sábados para orar, e todas as vezes o Espírito do Senhor vinha sobre nós de maneira poderosa. 

Um outro irmão, Adolfo Ulldin, recebeu do Espírito Santo palavras maravilhosas, vários mistérios sobre o meu futuro lhes foram revelados. Entre outras coisas, o Espírito Santo falou através desse irmão que eu deveria ir para o Pará. Foi-nos revelado também que o povo para quem eu testificaria de Jesus era de um nível social muito simples. Eu deveria ensinar-lhes os primeiros rudimentos da doutrina do Senhor. Naquela ocasião tivemos o imenso privilégio de ouvir através do Espírito Santo linguagem daquele povo, o idioma português. Ele também nos disse que comeríamos uma comida muito simples, mas Deus nos daria tudo o que fosse necessário.

O Espírito Santo disse também que eu ia casar-me com uma moça chamada Strandberg. Tempos depois casei-me com Frida Strandberg. Aquela profecia ocorrera muitos anos antes de eu a conhecer. Deus disse também outras coisas que mais tarde tive a oportunidade de ver a sua confirmação. Deus tinha falado, e eu compreendi que havia recebido uma chamada divina para o meu futuro campo missionário. Glória a Jesus!

O que faltava saber era onde estava situado o Pará. Nenhum de nós o conhecia. No dia seguinte eu disse ao irmão Adolfo: “vamos a uma biblioteca aqui na cidade para saber se existe algum lugar na terra chamado Pará”. Nossa pesquisa nos fez saber que no Norte do Brasil havia um lugar com esse nome. Confirmamos mais uma vez que Deus nos tinha falado. Aceitei minha chamada com inteira convicção de sua origem divina. Glória a Jesus!

Conheci Daniel Berg em Novembro de 1909, em Chicago, quando eu estava buscando o batismo com o Espírito Santo. No ano seguinte enquanto Berg estava trabalhando numa quitanda em Chicago, o Espírito Santo mandou que ele se mudasse para South Bend, Indiana, onde eu era pastor da igreja, para que juntos louvássemos o nome do Senhor. Ele deixou o seu trabalho, veio para South Bend e disse-me: “Irmão Gunnar, Jesus ordenou-me que eu viesse me encontrar com o irmão para juntos louvarmos o seu nome”. Eu lhe respondi: “Está bem!”. 
Daniel passou a participar comigo dos cultos e a testificar e louvar ao Senhor por sua maravilhosa salvação.

Um dia sentimos que era a vontade de Deus irmos à casa do irmão Adolfo Ulldin, o homem que Deus usara quando me chamou para o Brasil. Chegamos à sua casa num sábado à tarde, justamente quando ele estava chegando do trabalho. Quando entramos na cozinha, o poder de Deus veio sobre o irmão Ulldin, e ele foi arrebatado em espírito, como das outras vezes. E foi durante aquela poderosa reunião que Daniel Berg recebeu a sua chamada para me acompanhar ao Brasil. 

Isto tudo aconteceu no verão de 1910. Deus nos revelou, quando estávamos orando em outra ocasião, que deveríamos sair de Nova Iorque com destino ao Pará. E para nos orientar mais ainda, nos revelou a data: 5 de novembro de 1910. Ainda não sabíamos se havia algum navio partindo para o Brasil naquele dia, mas tudo foi comprovado depois. Partimos do porto de Nova Iorque justamente no dia que Deus nos tinha revelado. 

Texto extraído da obra: “Diário do Pioneiro: Gunnar Vingren”. Rio de Janeiro: CPAD.